Com a chegada do Natal, o comércio brasileiro se prepara para movimentar R$ 69,75 bilhões, segundo a Confederação Nacional do Comércio (CNC).
Neste cenário, milhares de trabalhadores temporários se mobilizam, enfrentando desafios e buscando oportunidades em meio à magia natalina.
Confira algumas histórias desses profissionais e o efeito que essa época do ano causa na economia e mercado de trabalho no Brasil.
Um Natal de Esperança e Luta
Ana Paula, de 32 anos, é vendedora em um shopping de São Paulo. Para ela, a época natalina é um misto de alegria e ansiedade.
“As vendas aumentam, mas a pressão também. O cliente quer tudo rápido e perfeito”, conta ela, que trabalha longas horas, muitas vezes sem pausa.
A gratificação vem com a possibilidade de um bônus no final do mês. “É cansativo, mas ver a felicidade das pessoas ao escolherem presentes é gratificante.”
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O Papai Noel da praça de alimentação de outro shopping da maior metrópole do país, identificado como seu Joaquim, 65 anos, vive o espírito natalino de forma intensa, mas realista.
“Ser Papai Noel é um sonho realizado. As crianças me fazem esquecer das dificuldades. Mas é um trabalho duro, e o frio do ar-condicionado não ajuda”, brinca.
Motorista de ônibus aposentado, ele conta que aproveita a oportunidade temporária para complementar a renda. “Todo extra é bem-vindo”, pontua.
A Demanda por Vagas Temporárias
Neste Natal, a CNC prevê que cerca de 98,1 mil trabalhadores temporários sejam contratados, com uma leve queda em relação ao ano passado.
Fábio Bentes, economista-chefe da CNC, explica que o aumento na força de trabalho ao longo do ano fez com que as empresas dependessem menos de contratações temporárias. “Ainda assim, o Natal é uma época crucial para o comércio, e muitas vagas são abertas”, afirma.
“Já para 2025, a expectativa do próprio setor é que sejam efetivados aproximadamente 8 mil desses trabalhadores temporários”, pontuou o economista.
Desafios e Oportunidades
No mercado de artesanato de Ilhéus, na Bahia, Maria Eduarda, de 28 anos, vende enfeites natalinos. “Todo ano, espero por essa época. O movimento aumenta e, com isso, a chance de vender mais. É uma luta diária, mas o Natal traz uma esperança renovada”, diz.
Ela destaca que, embora as vendas estejam boas, os preços dos materiais subiram, o que impacta diretamente seu lucro.
“Mesmo com o alto gasto para repor a mercadoria, o fato de estar na minha luta me traz uma sensação de dignidade que não tem preço”, ressalta.
Embora o comércio se aqueça, os desafios permanecem. A inflação e a alta dos preços dos produtos natalinos, que devem aumentar em média 5,8%, como informa os dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), tornam a situação difícil para os consumidores. “As pessoas estão mais cautelosas ao gastar. Isso é sentido nas vendas”, observa Ana Paula.
Além disso, a busca por empregos temporários exige que os candidatos se destaquem. Camila Moura, especialista em recursos humanos, dá dicas sobre como se preparar.
“É essencial ter um currículo bem estruturado e estar disposto a aprender. As empresas valorizam a proatividade e a flexibilidade”, aconselha.
O Espírito do Natal
Apesar das dificuldades, o Natal continua a ser um período de união e esperança. Joaquim, o Papai Noel, reflete sobre o significado da época: “Aqui, eu vejo o verdadeiro espírito natalino. As crianças, as famílias reunidas… Isso me faz acreditar que vale a pena todo esforço.”
Seu Joaquim também observa como a época traz à tona o melhor das pessoas, independente das dificuldades. “Mesmo diante dos desafios, o Natal é um lembrete de que o amor e a solidariedade sempre prevalecem. Cada sorriso e cada abraço que vejo me enchem de esperança e me fazem lembrar que a magia do Natal está na união entre as pessoas.”
Fonte:https://portalleodias.com/vida-e-estilo/a-magia-economica-do-natal-como-o-periodo-movimenta-o-mercado
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