A investigação sobre os mortos durante a megaoperação Contenção, deflagrada nos complexos do Alemão e da Penha no dia 28 de outubro, revelou um esquema inédito do Comando Vermelho (CV) para despistar a polícia. De acordo com fontes da Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCERJ), a facção estaria utilizando “fantasmas” — pessoas sem registros formais, como impressão digital, DNA e arcada dentária — para evitar a identificação e o rastreamento de seus integrantes.
Esses “soldados” eram recrutados principalmente nas regiões Norte e Nordeste do país, o que dificultava o reconhecimento em sistemas nacionais de segurança. Até o momento, dois suspeitos mortos na operação seguem sem qualquer identificação, reforçando a tese de que seriam “fantasmas” a serviço do tráfico.
No último domingo (2), a coluna revelou em primeira mão os nomes dos 115 suspeitos já identificados. Entre eles, estão estupradores, homicidas e traficantes — alguns com mandados de prisão pendentes. Ao todo, 117 pessoas morreram na ação, das quais 59 tinham mandados abertos e 97 apresentavam extenso histórico criminal.
A polícia também constatou que 62 mortos eram oriundos de outros estados, evidenciando o caráter interestadual da facção. Veja o levantamento:
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19 do Pará
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12 da Bahia
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9 do Amazonas
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9 de Goiás
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4 do Ceará
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3 do Espírito Santo
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2 da Paraíba
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1 do Maranhão
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1 do Mato Grosso
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1 de São Paulo
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1 do Distrito Federal
A megaoperação, considerada uma das maiores da história do Rio, teve como objetivo desarticular a presença do Comando Vermelho em comunidades dominadas pelo narcotráfico, após meses de investigações da Inteligência policial.
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