Com a proximidade do final de ano, período tradicionalmente marcado por férias e recessos, é comum que as pessoas tracem planos de viagem, inclusive internacionais. Especialistas orientam que o planejamento comece com meses de antecedência e não se limite a passagens aéreas, hospedagens e pontos turísticos: ele deve abranger também a documentação, já que alguns países exigem condições como vistos, pagamento de taxas e seguro viagem.
Rafael Turra, diretor operacional da empresa especializada em seguro viagem Vital Card, diz que, a cada ano, governos ajustam suas regras de entrada para turistas. Nos últimos meses, houve mudanças que afetam destinos populares entre brasileiros, como Estados Unidos, Argentina e países da Europa, explica ele.
“Na Europa, entrará em vigor o ETIAS [Sistema Europeu de Informação e Autorização de Viagem], uma autorização eletrônica prévia de viagem para cidadãos de países que não precisam de visto, como o Brasil. A partir do último trimestre de 2026, será necessário preencher o cadastro online e obter aprovação antes de embarcar para os países do Espaço Schengen”, afirma Turra, reforçando que, por enquanto, a autorização não é exigida.
Entre os países que integram o Espaço Schengen, estão Alemanha, Espanha, França, Itália, Grécia, Suíça e Portugal — a lista completa pode ser conferida neste link. O Reino Unido, que não faz parte do Schengen, passou a exigir, em 2025, um documento chamado Autorização Eletrônica de Viagem (ETA).
Como explica o site do governo britânico, a ETA custa 16 libras esterlinas (cerca de R$ 114, na cotação atual) e a solicitação deve ser feita online. Em média, a autorização leva um dia para ser emitida e é válida por um limite de dois anos ou até o passaporte do turista expirar.
No caso dos Estados Unidos, o visto segue obrigatório, com o processo tendo se tornado mais rigoroso em meio ao endurecimento da política migratória nos últimos meses. Segundo o g1, a partir de 1º de outubro, menores de 14 anos e maiores de 79 anos vão precisar passar por entrevista presencial, o que não era exigido antes.
Havia a expectativa da entrada em vigor de uma nova taxa de US$ 250 (o equivalente R$ 1.341), mas a cobrança foi suspensa e não há previsão de quando começa a valer, conforme repercutido pela Exame.
Seguro viagem
Além de vistos e autorizações para a entrada, o turista deve se atentar também ao seguro viagem, ressalta Turra. É ele quem garante cobertura, por exemplo, para despesas médicas. Caso o viajante fique doente, se machuque, sofra algum acidente ou tenha gastos inesperados com serviços de saúde, terá a assistência médica garantida.
“O seguro é obrigatório em destinos como os países do Espaço Schengen e a Argentina. Mesmo onde não há exigência, é altamente recomendado, pois garante cobertura médica, assistência em emergências e proteção financeira contra imprevistos”, detalha Turra, mencionando que, no caso argentino, o seguro viagem tornou-se obrigatório neste ano.
O governo da Argentina exige que o seguro viagem tenha cobertura mínima para assistência médica e hospitalar durante toda a estadia no país, diz o diretor operacional da Vital Card. Com isso, o país busca garantir que o turista estrangeiro tenha acesso à rede de saúde privada e não sobrecarregue o sistema público.
Segundo Turra, o recomendável é um plano que cubra gastos de até US$ 30 mil (cerca de R$ 160 mil) para despesas médicas na Argentina, incluindo atendimento por acidente ou enfermidade súbita. O valor do seguro viagem varia conforme a corretora escolhida pelo viajante.
“Atualizamos constantemente nossas coberturas para atender às normas de cada destino, ampliamos a comunicação sobre exigências específicas e trabalhamos com planos que já contemplam requisitos obrigatórios, como cobertura mínima para a Europa”, diz Turra, salientando que as mudanças também levam as empresas a se adaptarem.
Ele alerta que a falta de documentos ou de seguro viagem — nos casos em que este é obrigatório — pode fazer com que o turista seja barrado no aeroporto e tenha sua viagem frustrada. “Recomendo pesquisar com antecedência todos os requisitos, preencher corretamente formulários eletrônicos, levar documentos de hospedagem e comprovar recursos financeiros suficientes para a viagem”, finaliza Turra.
Para saber mais, basta acessar o site da Vital Card: https://www.vitalcard.com.br/