O governo do RJ tinha afirmado nesta terça-feira (28) que 60 suspeitos foram mortos durante a megaoperação na Penha e no Alemão — 4 policiais também morreram. Os corpos da praça, a princípio, não estavam neste balanço, segundo o secretário da PM, coronel Marcelo de Menezes Nogueira.
O Rio de Janeiro amanheceu coberto de sangue.
Moradores do Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro, levaram pelo menos 72 corpos para a Praça São Lucas, na Estrada José Rucas, uma das principais da região, ao longo da madrugada desta quarta-feira (29), o dia seguinte à operação mais letal da história do RJ.
Desde terça (28), já são mais de 130 mortes:
- O governo havia informado em balanço na terça que havia 64 mortos, sendo que 4 eram policiais civis e militares.
- Mas, na manhã desta quarta, o governador Cláudio Castro (PL-RJ) só confirmou oficialmente 58 mortos, sendo que eram 54 criminosos.
- Já os corpos levados à praça na Penha nesta quarta não constavam nos números oficiais, informou o secretário da PM, coronel Marcelo de Menezes Nogueira.
🔫 Ação Policial Deixa 130 Mortos em Comunidades do Rio: O Que Sabemos Até Agora
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A operação começou por volta das 4h da manhã e durou mais de 12 horas.
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Helicópteros blindados sobrevoaram as comunidades, com intensa troca de tiros nas ruas.
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Moradores relataram pânico, invasão de casas e execuções sumárias.
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Entre as vítimas, há relatos de jovens desarmados e até de pessoas atingidas dentro de casa.
⚖️ Especialistas e ONGs Falam em Genocídio e Violência de Estado
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Organizações como a Justiça Global, Redes da Maré e Anistia Internacional denunciaram o ocorrido como “massacre de Estado”.
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A operação supera numericamente o massacre do Carandiru, ocorrido em 1992, com 111 mortos, porém com uma diferença: agora, a maioria das vítimas eram civis não envolvidos com organizações criminosas.
“Estamos diante de uma política institucionalizada de extermínio da juventude preta e pobre”, afirmou a socióloga Juliana Borges, pesquisadora de segurança pública.
🗣️ Falas do Governador Cláudio Castro Geram Indignação Nacional
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O governador do RJ, Cláudio Castro, defendeu a ação policial e criticou a ADPF das Favelas, mecanismo jurídico que visa limitar o uso de força excessiva em comunidades.
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Sua declaração foi vista por juristas e parlamentares como um aceno ao autoritarismo e ao desrespeito aos direitos humanos.
“A segurança pública no Rio está entregue a uma lógica militarizada e racista, que trata a favela como território inimigo”, disse a deputada estadual Renata Souza (PSOL-RJ).
📊 A Falência da Política de Segurança Pública no Rio de Janeiro
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O modelo de segurança pública baseado no confronto armado e nas operações letais não reduziu o poder do crime organizado, mas aumentou os índices de letalidade policial.
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Dados do Instituto de Segurança Pública (ISP-RJ) mostram que o número de mortes em ações policiais já ultrapassou 1.200 só em 2025.
🧠 Reações Nacionais e Internacionais: O Mundo Olha para o Rio
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A ONU solicitou explicações ao governo brasileiro sobre a operação.
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A Comissão Interamericana de Direitos Humanos pediu que o Brasil investigue o caso com imparcialidade.
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Personalidades públicas, artistas e veículos internacionais, como The Guardian e Le Monde, repercutiram o episódio como “massacre de Estado”.
🧭 LISTA: As 5 Perguntas Que Precisam Ser Respondidas
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Quem autorizou a operação e com base em quais informações?
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Quantas das vítimas tinham ligação comprovada com o tráfico?
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Houve execução sumária?
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Qual o papel do Ministério Público como fiscal da lei?
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Como o Estado vai reparar as famílias afetadas?
✅ CONCLUSÃO
O que aconteceu nos Complexos da Penha e do Alemão não pode ser reduzido a estatísticas ou manchetes passageiras. Trata-se de um episódio emblemático de como o Estado brasileiro continua a falhar com sua população mais vulnerável.
A maior chacina da história do país exige respostas institucionais, investigações sérias e um novo pacto social sobre segurança pública, justiça e direitos humanos.
📢 E você, o que pensa sobre a atuação do Estado nas favelas?
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🔗 LINKS SUGERIDOS
Externos:
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Justiça Global: www.global.org.br
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Fórum Brasileiro de Segurança Pública: www.forumseguranca.org.br
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Instituto Marielle Franco: www.institutomariellefranco.org
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