A vereadora Karen Santos (PSOL) provocou grande repercussão ao afirmar que pessoas envolvidas no tráfico de drogas “são trabalhadores megaexplorados”. Em sessão na última quarta-feira (29), ela afirmou que a droga deve ser tratada como “uma mercadoria como qualquer outra”, motivo pelo qual defendeu a regulamentação da atividade, com controle estatal e tributação.
Em seu discurso, Karen argumentou que o tráfico constitui uma cadeia produtiva que começa no plantio e termina no varejo, passando por diferentes etapas de transporte e distribuição. De acordo com a vereadora, aqueles que atuam na base desse processo, responsáveis por cultivar, embalar e transportar os produtos, não possuem direitos trabalhistas nem proteção legal. Por isso, seriam, na visão dela, vítimas de exploração e precarização.
A vereadora criticou o que classificou como “ódio ao setor mais discriminado da sociedade” e acusou setores da direita de usarem ações policiais como instrumento político, sem discutir as raízes sociais do problema.
Ao defender a legalização, Karen comparou o comércio de drogas a produtos já regulamentados, como álcool, cigarro, açúcar e café, argumentando que a política de proibicionismo apenas fortalece o crime organizado e mantém jovens periféricos à margem da sociedade.
A declaração gerou forte polarização, onde alguns acusam a vereadora de minimizar a gravidade do tráfico de drogas e de se aproximar da defesa do crime. Já apoiadores afirmam que o pronunciamento expõe a desigualdade estrutural que envolve a criminalização de populações pobres e negras, majoritariamente recrutadas pelo tráfico.
Até o momento, a Câmara de Porto Alegre não divulgou posicionamento oficial sobre o episódio, e o PSOL não emitiu nota pública sobre a repercussão das falas da parlamentar.
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