Após a equipe de campanha do prefeito de São Paulo e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), demonstrar desconforto com elogios de Jair Bolsonaro a Pablo Marçal (PRTB), o ex-presidente gravou um vídeo para reafirmar seu apoio a Nunes. No vídeo, Bolsonaro pede explicitamente a reeleição de Nunes, destacando o coronel Mello Araújo como seu vice. “Para que não haja dúvida, o nosso vice é o coronel Mello Araújo, 22. Eu peço, para o bem da cidade e para o bem de todos nós, reeleja Ricardo Nunes para a Prefeitura de São Paulo”, declarou Bolsonaro.
A gravação foi feita por volta das 16h desta segunda-feira, 19, e surge em resposta a uma entrevista anterior em que Bolsonaro descreveu Nunes como não sendo seu “candidato dos sonhos”, embora tenha anunciado seu apoio ao prefeito. Durante a mesma entrevista, o ex-presidente fez elogios a Marçal, qualificando-o como uma pessoa inteligente e articulada, apesar de faltar experiência.
Essa situação gerou preocupações na campanha de Nunes, que vê as declarações de Bolsonaro como um potencial benefício para Marçal, seu rival. Um membro da campanha de Nunes afirmou que os gestos de apoio a Marçal por parte de Bolsonaro poderiam prejudicar mais do que ajudar. Em resposta, Nunes se manifestou afirmando que quem considera que Bolsonaro o atrapalha está equivocado e desautorizado.
Atualmente, Nunes e Guilherme Boulos (PSOL) estão empatados na liderança da corrida eleitoral, com Nunes liderando com 23% e Boulos com 22%. Marçal está em terceiro lugar, empatado tecnicamente com José Luiz Datena (PSDB), ambos com 14%. A campanha de Nunes está trabalhando para garantir que os votos bolsonaristas permaneçam com o prefeito e não migrem para Marçal. Dados da pesquisa Datafolha de 9 de agosto indicam que 13% dos eleitores acreditam que Bolsonaro apoia Marçal, enquanto 33% acreditam que ele apoia Nunes.
Os estrategistas de Nunes estão tentando convencer Bolsonaro de que Marçal não é um aliado desejável e planejam explorar as críticas passadas de Marçal ao ex-presidente, além de alertar para o risco de um "marçalismo" que poderia rivalizar com o bolsonarismo.
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